1.
Postamos na integra todo o comentário do Mestre Bandeira, que ministra aulas de Kudo na Polícia Federal. Esse maravilhoso Texto nos dá uma noção do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo professor na preparação de agentes de segurança pública, com o objetivo de garantir melhor desempenho em suas funções e que estejam mais qualificados quando vierem proteger a sociedade.
Todas as fotos aqui foram editadas com policiais usando o capacete do esporte no intuito de garantir a segurança pessoal dos mesmos e de terceiros, mantendo o sigilo do trabalho profissional de cada um.
Nome: Marcos Edilson do Rêgo Bandeira.
2.
Profissão: Funcionário Público na área de
segurança pública, com 32 anos de experiência.
3.
Graduação: Faixa preta de Kudo Daido Juku – 1º
dan e faixa preta de Judô 2º dan.
O trabalho realizado no dojo da Polícia
Federal posiciona-se dentro do contexto pensado e criado por Azuma Takashi
(criador da arte em 1981). Ou seja, uma arte marcial híbrida em que se procura
o máximo de eficiência técnica através da aproximação de situações reais.
Logicamente, dentro de um ambiente controlado e seguro para o aluno. Os alunos
são estimulados a realizar os movimentos (socos, chutes, cotoveladas,
estrangulamentos, chaves de braço, etc) de maneira exaustiva como deve ser o
treinamento de uma arte marcial que tem a pretensão de servir para defesa
pessoal. Não se trata de um curso de defesa pessoal, mas um ESTILO de VIDA que
envolve treinamento extenuante. A verdadeira arte marcial voltada para defesa
precisa tornar seu praticante com condições de reagir sem raciocinar, a reação
deve ser um reflexo das circunstâncias ao redor. Exemplificando: quando um
mosquito se aproxima dos olhos de alguém o reflexo motor fecha os olhos sem
pensar, é automático.
O Kudo nasceu com a proposta de unir o budo
e o bujutsu – budo, dá atenção ao desenvolvimento da mente, do espírito e o
bujutsu, dá atenção ao treino voltado para a batalha. Entendo que o Kudo
representa um resgate da força e do vigor existentes nas artes marciais antes
da restauração Meiji no Japão. Essa capacidade de assumir as duas posturas
torna o Kudo uma arte de defesa por excelência para órgãos de segurança. É esse
método que está sendo desenvolvido na Polícia Federal, uma arte voltada para a
eficiente defesa do cidadão/policial/administrativo.
Os treinos levam em consideração a parte
física, lógico, e, também, pequenas conversas que tem como objetivo alertar os
alunos que o confronto é último recurso, que o mais importante é criar hábitos
de comportamento que minimizem as chances da pessoa se tornar vulnerável e,
consequentemente, se tornar uma vítima.
Eu quero ter a pretensão de acreditar que o
Kudo sendo uma arte híbrida, conforme dito acima, reconhecendo a importância de
outras artes, afinal, importou dessas várias técnicas, tornou-se indispensável
para qualificar qualquer cidadão que tenha interesse em defesa pessoal
objetiva.
No caso específico da Polícia Federal, o
Kudo, na minha visão, torna-se ainda mais relevante, pois investe diretamente no
contexto cognitivo, psicomotor que são inalienáveis ao processo decisório
desses profissionais no exercício da atividade policial e administrativa.
Finalmente, chamo a atenção que a segurança
pessoal é intransferível, cada cidadão tem a obrigação de estar preparado para
defender-se e defender as pessoas que ama. Por isso, minimizar as oportunidades
desagradáveis com medidas preventivas e condicionamento marcial é uma decisão
inalienável. O KUDO REPRESENTA TUDO ISSO.
OSU!
Agradecimentos ao Mestre Bandeira pela colaboração a este espaço de conhecimento e também ao mestres Maicon Nonoyama e Mestre Carlos Torres, pelo trabalho realizado no Karatê do DF e a frente do Kudo no Brasil.
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